sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Sozinha

 
Ilustração: Fábio Cobiaco
Ilustração: Fábio Cobiaco
Sozinha, coitada.
Nunca estava acompanhada.
Pega-pega, sozinha não tinha.
Queimada, sozinha não dava.
Então, ela sentava a pensar.
Mas estava tão sozinha que
nem pensamento vinha.
Se Sozinha assim estava,
mais sozinha ia ficar,
Porque o S da Sozinha resolveu
se mandar.
Mal Ozinha se deu conta, o O
aproveitou o embalo e saiu rolando.
Desolada, sentia-se uma zinha qualquer.
"Ô, Zinha", disse o Z.
E zapt, fugiu ligeiro, deixando
Inha para trás.
"Inha, Inha, inhaaaá!" Desandava a chorar.
Chorava, chorava até a lágrima secar.
E agora, o que fazer?
Olhou para um lado.
Olhou para o outro.
Para lá, para cá.
Até que seu pé se animou. Levantou
a Inha e se pôs a sambar.

Ali de cima, os olhos de
Inha observavam o seu pé,
que sacudia e sacudia.
E sacudindo contagiou o joelho,
que remexeu a coxa e fez
o bumbum rebolar.
Do bumbum para a barriga
foi um estalo.
Os ombros, que não são bobos,
entraram logo no embalo.
Quando Inha percebeu, do pescoço
para baixo estava um grande alvoroço.
Só faltava a cabeça. Então a boca disse:
"Entre na dança." Êba! Vamos lá!

A alegria era tanta que atraiu muita
gente. E todos os pés ali presentes
convenceram seus donos a participar.
Inha estava contente, mas tão contente,
que nem se lembrava mais do tempo
em que tinha um S, um O e um Z,
que a deixavam Sozinha.
Deles queria distância. Mas não
entendam mal. O S para um samba,
o O num oi e o Z para um ziriguidum
seriam sempre bem-vindos.

Sozinha

Ilustração: Fábio Cobiaco
Ilustração: Fábio Cobiaco
Sozinha, coitada.
Nunca estava acompanhada.
Pega-pega, sozinha não tinha.
Queimada, sozinha não dava.
Então, ela sentava a pensar.
Mas estava tão sozinha que
nem pensamento vinha.
Se Sozinha assim estava,
mais sozinha ia ficar,
Porque o S da Sozinha resolveu
se mandar.
Mal Ozinha se deu conta, o O
aproveitou o embalo e saiu rolando.
Desolada, sentia-se uma zinha qualquer.
"Ô, Zinha", disse o Z.
E zapt, fugiu ligeiro, deixando
Inha para trás.
"Inha, Inha, inhaaaá!" Desandava a chorar.
Chorava, chorava até a lágrima secar.
E agora, o que fazer?
Olhou para um lado.
Olhou para o outro.
Para lá, para cá.
Até que seu pé se animou. Levantou
a Inha e se pôs a sambar.

Ali de cima, os olhos de
Inha observavam o seu pé,
que sacudia e sacudia.
E sacudindo contagiou o joelho,
que remexeu a coxa e fez
o bumbum rebolar.
Do bumbum para a barriga
foi um estalo.
Os ombros, que não são bobos,
entraram logo no embalo.
Quando Inha percebeu, do pescoço
para baixo estava um grande alvoroço.
Só faltava a cabeça. Então a boca disse:
"Entre na dança." Êba! Vamos lá!

A alegria era tanta que atraiu muita
gente. E todos os pés ali presentes
convenceram seus donos a participar.
Inha estava contente, mas tão contente,
que nem se lembrava mais do tempo
em que tinha um S, um O e um Z,
que a deixavam Sozinha.
Deles queria distância. Mas não
entendam mal. O S para um samba,
o O num oi e o Z para um ziriguidum
seriam sempre bem-vindos.

Sozinha


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Ilustração: Fábio Cobiaco
Ilustração: Fábio Cobiaco
Sozinha, coitada.
Nunca estava acompanhada.
Pega-pega, sozinha não tinha.
Queimada, sozinha não dava.
Então, ela sentava a pensar.
Mas estava tão sozinha que
nem pensamento vinha.
Se Sozinha assim estava,
mais sozinha ia ficar,
Porque o S da Sozinha resolveu
se mandar.
Mal Ozinha se deu conta, o O
aproveitou o embalo e saiu rolando.
Desolada, sentia-se uma zinha qualquer.
"Ô, Zinha", disse o Z.
E zapt, fugiu ligeiro, deixando
Inha para trás.
"Inha, Inha, inhaaaá!" Desandava a chorar.
Chorava, chorava até a lágrima secar.
E agora, o que fazer?
Olhou para um lado.
Olhou para o outro.
Para lá, para cá.
Até que seu pé se animou. Levantou
a Inha e se pôs a sambar.

Ali de cima, os olhos de
Inha observavam o seu pé,
que sacudia e sacudia.
E sacudindo contagiou o joelho,
que remexeu a coxa e fez
o bumbum rebolar.
Do bumbum para a barriga
foi um estalo.
Os ombros, que não são bobos,
entraram logo no embalo.
Quando Inha percebeu, do pescoço
para baixo estava um grande alvoroço.
Só faltava a cabeça. Então a boca disse:
"Entre na dança." Êba! Vamos lá!

A alegria era tanta que atraiu muita
gente. E todos os pés ali presentes
convenceram seus donos a participar.
Inha estava contente, mas tão contente,
que nem se lembrava mais do tempo
em que tinha um S, um O e um Z,
que a deixavam Sozinha.
Deles queria distância. Mas não
entendam mal. O S para um samba,
o O num oi e o Z para um ziriguidum
seriam sempre bem-vindos.

Texto para os meninos

O dia em que a caça consolou o caçador no Pacaembu


 
Ilustração: Andrés Sandoval
Dois alvinegros, Santos e Botafogo, faziam os grandes jogos dos anos 60. Pelé x Garrincha, fora outros gigantes dos dois timaços.

Num desses jogos, em São Paulo, os cariocas fizeram uma exibição inesquecível e, estranhamente, pouco badalada nos embates entre os dois melhores times do país naquela época. Aliás, sempre que se fazem referências aos jogos entre Botafogo e Santos daqueles tempos, só são lembradas as vitórias santistas, as goleadas de Pelé & Cia. Pois o Pacaembu estava lotado para ver mais uma.

Pelé e Mané estavam em campo, mas o diabo estava era no corpo que vestia a camisa sete, não a dez. O lateral-esquerdo Dalmo, do Santos, viveu uma tarde de terror. Garrincha pegava a bola e, andando, levava Dalmo até dentro da grande área, onde o zagueiro não podia fazer falta.

O Pacaembu não acreditava no que via: um ponta andar desde a intermediária até a área sem que o lateral tentasse tirar a bola, temeroso do drible desmoralizante. Até que Dalmo percebeu que tinha virado motivo de chacota dos torcedores, muitos dos quais nem santistas eram, mas que iam ao campo na certeza do espetáculo.

E Dalmo resolveu bater antes de chegar à grande área. Bateu uma vez, Garrincha caiu, o árbitro marcou a falta e repreendeu o paulista. Bateu outra vez, Garrincha voltou ao chão, o árbitro marcou a falta e ameaçou Dalmo de expulsão, porque naquele tempo o cartão amarelo não existia.

A terceira falta de Dalmo foi a mais violenta, como se ele estivesse pensando: "Arrebento essa peste, sou expulso, mas ele não joga mais".

Pensado e feito. Enquanto o gênio das pernas tortas estava estirado no bico direito da área dos portões principais do Pacaembu, o árbitro determinava a expulsão de Dalmo, cercado por botafoguenses justamente irados com seu gesto.

Eis que, como um acrobata, Garrincha levanta-se, afasta seus companheiros, bota o braço esquerdo no ombro de Dalmo e o acompanha até a descida da escada para o vestiário, que, então, ficava daquele lado.

Saíram conversando, como se Garrincha justificasse a atitude, entendesse que, para pará-lo, não havia mesmo outro jeito.

O Botafogo ganhou de 3 a 0 e saiu aplaudido do estádio. Tinha visto uma autêntica exibição do Carlitos do futebol, digna mesmo de Charles Chaplin, divertida, anárquica, humana, sensível, solidária.

Crônica do jornalista Juca Kfouri
publicada na revista Lance a Mais (em 9/9/2000),
ilustrada por Andrés Sandoval

sábado, 11 de agosto de 2012

Amizade


É muito bom ter amizade porque podemos contar com os amigos nos momentos bons e ruins. É bom ter uma amizade sincera e eterna... quando você tem um segredo ruim e um segredo bom. Amizade também é bom poque podemos ir ao shopping, passear e brincar. Só que amizade não é apenas para brincar mas também para fazer trabalhos.Ter amigos significa, além de todas as brincadeiras, sempre tem que ter respeito com os mais velhos, não só com os mais velhos mas com os mais novos também. Os amigos são para sempre.

Ágata e Sara Emily

Texto revisado por Fabiana Esteves, Rosana Gomes e pelas autoras.